quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

E o espetáculo começa novamente...

As cortinas do último ato já se fecharam e a peça encerrou sua exibição de vez. O teatro está fechado, passando por reformas internas, limpeza, decoração nova... As criaturinhas que personificam a alma trabalham na reconstrução do teatro incansavelmente, nada é comprado aqui e sim feito a mão, construído, talhado, costurado, desenhado. A cada fim de espetáculo tudo é destruído para que o novo surja de forma limpa, sem influências das peças anteriores...afinal, mesmo que o autor das estórias aqui representadas seja sempre o mesmo, não se admite plágio e mais palpavelmente, de jeito nenhum admite-se a mesmice, pois ela é a erva daninha de qualquer produção artística. Nesse momento o palco já está montado, as cortinas escolhidas e a platéia e os camarotes forrados com veludo de cheiro novinho... Os camarins estão equipados e as essências que inundam todo o lugar são de lavanda fresca, pois a peça agora é marcada pelo nascimento, pelo inovador, por algo que sempre esteve escondido dentro do autor mas não conseguiu sair até então... O cenário ainda está incompleto, a história também, as personagens surgem de pouco em pouco e o dramaturgo espera outro sucesso de bilheteria.. O meu teatro está quase pronto, e a inércia da atriz principal revela o ardor com que ela se mostra de corpo e alma durante todos os atos por anos a fio... É ela que vive intensamente o que seu dramaturgo escreve e por enquanto, nesse entremeio de tempo em que todos trabalham para dar a ela o palco que merece, ela só observa, descansa, parada, enquanto se prepara para o grande espetáculo.. Ela observa e sorri. Por Déa em Jan/2010

2 comentários:

Unknown disse...

Lindo, amiga!
Você escreve tão bonito!

Parabens e continue escrevendo...
Essa arte é pra poucos!

Beijo

Débora disse...

E no meu palco, o mesmo bobo da corte!